quarta-feira, 25 de abril de 2018

Festa Nutella

                                    FESTA NUTELLA 







Sabe aquele amigo seu que faz aquela festa de filme de Hollywood e convida o bairro inteiro, mas só não convida os nerds e os não populares, então, neste sábado fui convidado para uma dessas.
 O show  já começou  na entrada da festa: dois seguranças do tipo" Homens de Preto", óculos mais caros do que o salário deles, smokings pretos  e " poker face". Logo atrás deles, havia aquela típica garota modelo, como cabelo e unhas perfeitas, cílios postiços e com uma prancheta bege, se apoiando em uma bancada estilo estacionamento de shopping. São sempre as mesmas perguntas e respostas:
nome, responsável, sobrenome, pode passar/bem vindo a festa/segurança!
 Depois de conseguir passar na mini estação da policia civil, chega-se na festa já com garçons e garçonetes carregando bandejas de delícias de todos os tipos, e sempre, sempre sabendo o que estavam trazendo. Não sei como eles decoram isso, mas nunca erram. Nas festas mais chiques, eles servem gororobas estranhas desde o nome até o gosto; nas mais de balada, tem coisas populares como hambúrgueres e batatas fritas, refris, aquelas coisas básicas que todo mundo conhece mas não consegue parar de comer.
 Para mim, a parte mais difícil de festas e encontrar uma mesa. Se você vacilar, pode ficar com ninguém que conhece, que conversam sobre assuntos que só eles conhecem e ficam fazendo - suspiro - guerra de comida. É fogo só de pensar, mas a técnica e ficar sempre, mesmo que pareça constrangedor, perto de país conhecidos. Logo que eu avisto aquele pai do amigo do amigo da avó do primo da tia do meu amigo que não vejo a quarto anos, dou uma de Flash e chego do lado deles, sendo o mais gentil possível, dizendo "Diego? Mano, há quanto tempo..." e por assim vai, até eu voltar a amizade com o cidadão e completar meu objetivo.
 Vem a sobremesa. Todo o meu (pequeno) esforço havia valido apena: um sorvete nunca jamais visto, de cinco bolas, cada uma delas com uma cor diferente, uma camada enorme e negra de chocolate cobria parte da delícia e para terminar, dois daqueles canudinhos comestíveis. Uma verdadeira obra de arte, digna de ganhar o MasterChef três vezes.
 Os convidados vão começando a ir para suas casas, pegando lembrancinhas que valiam apena pegar algumas delas e se despedindo de todos. Só quem fica são os caras de 40 anos enchendo a cara e conversando sobre qualquer coisa, mas para eles não é qualquer coisa, é uma coisa incrível, em que todos riem e se divertem, relembrando de histórias sobre a adolescência ou o trabalho. Depois, os faxineiros dão uma limpada impossível na casa, parecendo que nada tinha ocorrido, mas na verdade um tufão de convidados, homens de preto, comidas e sobremesas tinham passado por lá.